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Liderança andrógina: liderando a si para liderar aos outros de forma eficaz

Sem saber quem somos, o que desejamos, de onde partimos e onde desejamos chegar... não há como SER, na amplitude e profundidade que isto significa.


Em 2010, após um profundo processo de autoconhecimento, me percebi uma líder 100% masculina e isso explicava tudo: tinha alcançado, um ano antes, o nível mais alto CLT da empresa. Em 11 anos de casa eu fui  "da base ao topo". Entregava muito e ganhava muito bem, mas não tinha o apoio do time e dos pares que desejava e precisava.


Aprendi que quando colocamos traços masculinos em nossa atuação costumamos obter excepcional resultado mas, costumeiramente, atraímos junto grande resistência. Afinal, não é esperado da mulher dominância, assertividade, independência, autoconfiança e foco em tarefas.


Ao final do processo, me deparei com o surgimento de uma mulher líder e me senti melhor, inclusive, trocando as camisas brancas com terninhos escuros (só agora me atentei que usamos diminutivo para chamar a mesma vestimenta do homem quando aplicada ao gênero feminino, interessante, não?) por vestidos e saias de diversas cores e formas. 


Me desconstruí, comecei a demandar leveza e fluidez.


 O surgimento de uma nova líder


Na construção da nova líder, acertei e errei muitas vezes e continuo aprendendo e me desenvolvendo todos os dias.


Recentemente, após participar do ALMA – Aceleradora de Liderança para Mulheres Autênticas – é que acordei, definitivamente, para a liderança andrógina, que mistura características dos comportamentos femininos e masculinos e, quando aplicada situacionalmente com consciência, é ainda mais eficaz.


Nela, o foco em relacionamento, a sensibilidade, a gentileza e a cordialidade – características ditas femininas - , se somam às características masculinas. E assim surge uma liderança que inspira e facilita indivíduos e times para o cumprimento, com sucesso, dos objetivos organizacionais.




Segundo Livia Mandelli, no livro “Liderança Nua e Crua – decifrando o lado masculino e feminino de liderar”: 


“Você precisa ser um obstinado buscador de sucesso, fiel às mudanças propostas pela empresa; precisa ser um cumpridor de estratégia e obcecado pelo desenvolvimento de pessoas. É necessário ter um espírito contagiante de equipe, senso de propriedade... vontade de aprender... vontade de ensinar...” 

 

E é esta liderança andrógina, mais aderente às necessidades dos novos tempos, de ambiente complexo e rápidas transformações, que consciente e consistentemente estou buscando aplicar:


  • Entendimento do negócio e dos ecossistemas relacionados;

  • Percepção racional das situações;

  • Escuta ampla a ativa do verbal e do não verbal das pessoas e do ambiente:;

  • Vulnerabilidade que traz coragem;

  • Promoção de engajamento, colaboração, empatia e sinergia;

  • Comunicação e aprendizado contínuo;

  • Nivel de apoio e aconselhamento compatível com cada integrante do time;

  • Premissa à alta performance com entrega de resultados superiores.


O caminho é contínuo e infinito, assim como o potencial de todas as pessoas e todos os negócios.


Que eu seja capaz de continuar nele, com curiosidade e coragem, liderando a si para melhor liderar os outros: inspirando e mobilizando de forma andrógina e obtendo assim, ainda mais sucesso!



Artigo escrito por:


Beatriz Cara Nóbrega é superintendente executiva de Gente, Gestão e Experiência do Cliente no Banco Digio. Ela também atua como mentora de liderança feminina e professora de pós-graduação. No Digio, a executiva é responsável por Pessoas – colaboradores e clientes.

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