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5 dicas para líderes desenvolverem Inteligência Emocional

Muito ouvimos falar sobre inteligência emocional nos dias de hoje. Mas você sabe qual é, de fato, a importância de líderes e gestores desenvolverem essa habilidade?


Ao longo de um bate papo descontraído no podcast Love the Problem, nossa fundadora Karen Monterlei, conversou com Antônio Gerent, Agile Specialist and Agilist Chapter Manager no Nubank e Mariana Graff, Head de Agilidade Organizacional na willbank, sobre como essa habilidade é urgente e necessária entre líderes para que possamos desenvolver ambientes corporativos mais saudáveis e seguros para as pessoas.


Para conferir esse bate papo completo, você pode ouvir o episódio aqui, ou prosseguir a leitura deste artigo até o final.


Liderança e Inteligência Emocional: dá match?


O grande ponto da Inteligência emocional é justamente a nossa capacidade de se colocar como um espectador, observando e vendo o que podemos aprender diante de qualquer situação. 


Enquanto líderes, tendemos a acreditar que devemos sempre ser protagonistas, saber sobre tudo, falar sobre tudo e se posicionar, mas a verdade é que nem sempre é necessário. Essa é a vida.


Há coisas muito mais importantes para ser um bom líder do que sempre ter razão. Uma delas é saber gerenciar pessoas, tornar o ambiente seguro para desenvolvê-las e, principalmente, trazer resultados sustentáveis para a organização.


Podemos resumir a Inteligência Emocional como a resposta para uma simples pergunta: “O que você tem feito daquilo que fizeram com você?”


Mas existe uma disfunção no entendimento da inteligência emocional, como se ela se resumisse em racionalizar as coisas, quando a realidade é exatamente o contrário: saber sobre as emoções e gerí-las. 


Como que a gente lida com as nossas vulnerabilidades para a gente ser e exercer a melhor liderança?

Nós só vamos perder o controle daquilo que nós não conhecemos, quanto mais a gente conhece, mais a gente consegue controlar. A  partir do momento que eu aprendo isso, eu entendo que é essencial conhecer e saber lidar com todos os tipos de emoção.

As 3 principais dores da alta liderança


Solidão, confiança e engajamento. Essas são três das principais dores dos executivos. E isso acontece porque existe um mal entendimento a respeito de assertividade e agressividade e sobre a necessidade do líder estar certo o tempo inteiro.


A inteligência emocional existe para trazer questões que desmistificam isso e que te ajudam a se colocar no papel de escuta, de conseguir não fazer julgamento sobre o que as pessoas estão falando e de conseguir fazer perguntas para conseguir entender o verdadeiro problema.


“É um conjunto de competências que a pessoa precisa ser, mas principalmente ser uma pessoa que se coloca diariamente no posição de aprendizado. Porque se você não se colocar, você não vai conseguir exercer ou trabalhar a própria inteligência emocional, porque tu vai estar sempre cheio de respostas, você não vai ouvir as pessoas, vai ter os seus próprios julgamentos e, provavelmente, vai engolir suas emoções. E aí cadê a inteligência emocional? Já era né.. não tem como colocar isso em prática” - Mariana Graff


O engajamento da equipe tem a ver com confiança, como o líder vai trazer essas pessoas para perto, estimular essas pessoas para estarem com ele se não existe uma relação de confiança construída?


É a partir das grandes dores vividas que surgem nossas capacidades de sair desse lugar, de viver essa dor, sentir esse luto, mas acima de tudo, de aprender com isso e construir um novo caminho. O quanto você tem coragem para tomar decisões difíceis? O quanto você está disposto a se tornar um líder vulnerável e criar um ambiente de trabalho seguro e com relações de confiança?

Vulnerabilidade na liderança


O  trabalho de vulnerabilidade da liderança é bem importante para que a gente crie um ambiente seguro para outras pessoas se tornarem vulneráveis e trabalharem bem suas emoções enquanto são nossos liderados.


Existe uma expectativa de que quanto mais alto você está na hierarquia, mais agressivo deve ser o seu comportamento. E é diante desse cenário que as pessoas que tem um pouco mais de suavidade e que não gostam dessa comunicação conflituosa são percebidas como líderes que não estão à altura de assumir um desafio de alta liderança.


Isso tem muito a ver, segundo Mariana Graff, com uma questão de masculinização de papéis de liderança, onde para ser realmente ouvido e respeitado pelas pessoas, o líder ou a líder, precisam ter um comportamento mais masculinizado e agressivo.


Mas a verdade é que não é o fato de você ser mais contundente, bater na mesa, brigar, se impor, falar alto que vai fazer você gerar mais resultado. Talvez um olhar mais diferenciado sobre as pessoas, entender todo o seu fluxo de trabalho, saber qual é a contribuição dos indivíduos sobre isso tudo, faça tanta diferença que gere resultados até maiores do que você estava esperando. 


Afinal, se você tem um sistema e não consegue perceber as diferenças comportamentais que tem ali, os perfis diferentes, você vai estar tratando todos os diferentes de forma igual, e esse é o primeiro passo para começar a ter conflitos e dificuldades. 


Por isso é tão importante ter  inteligência emocional: para saber compreender e lidar com pessoas diferentes, que possuem emoções diferentes.


“E eu fico muito triste em saber que existe essa expectativa da liderança; Inclusive eu acho que fui deixando esse caminho de gestão que leva para a liderança de uma forma mais estrutural nas organizações exatamente por causa desse tipo de cobrança. Porque eu comecei a não me ver como uma pessoa para esse caminho. Eu sou muito mais de colaboração, de acolhimento, de outras coisas que não eram esperadas dessa liderança agressiva assim. E é triste saber que tem muita gente que está se comportando dessa maneira exatamente pela expectativa e não pelo que a pessoa realmente é.” - Antônio Gerent (Panda).


Afinal, no mundo corporativo existem pessoas enérgicas, existem pessoas positivas, existem pessoas com as mais variadas características, e há espaço para todas essas habilidades e estilos de liderança. 


Uma liderança acolhedora, por exemplo, pode fazer a diferença na vida das pessoas. 

Quem está lendo esse artigo e se reconheceu seguindo a expectativa desse modelo de liderança mais agressivo, acredite: existem outras opções. Ouça sua inteligência emocional, ouça aquilo que você é. Existe um espaço diferente para você.

Os 4 pilares da Inteligência Emocional segundo Daniel Goleman


O autor Daniel Goleman, muito citado ao longo do debate, defende em seu livro a ideia de que há 4 pilares fundamentais que baseiam o conceito de Inteligência Emocional. São eles:


  1. Autoconhecimento


O primeiro pilar da inteligência emocional está relacionado ao autoconhecimento, afinal, esse processo é o primeiro passo para identificarmos as situações e desafios que estamos enfrentando. 


Se você precisa evoluir a sua jornada de autoconhecimento, há algumas dicas que você pode seguir:

Manter um diário das emoções

Ao final de cada dia, é importante que anote tudo o que passou com você: Como você se sentiu? Como lidou com as coisas que aconteceram ao longo do dia? Quando a semana chegar ao fim, avalie como foram seus sentimentos e suas reações. 


O objetivo desse exercício é identificar os padrões de comportamento que você tem e o que eles desencadeiam.

Autopercepção x Heteropercepção 

Esse ponto é sobre a sua percepção a respeito da comunicação que está tendo e da abertura para conhecer a percepção do outro sobre a informação que está passando. Será que a percepção é a mesma?


Sua função é avaliar sua percepção do ponto de vista de outras pessoas.


  1. Gestão das emoções 


Quais emoções eu estou sentindo e porque eu estou sentindo isso? O objetivo deste pilar é conseguir ganhar tempo para pensar o porquê de você estar sentindo isso antes de simplesmente reagir.


É preciso entender essa emoção para gerenciá-la e, a partir disso, conseguir ter tempo para entender melhor aquilo que você está sentindo e aquilo que a outra pessoa está dizendo também.


  1. Empatia 

Nossas emoções são uma parte das nossas relações, e para saber lidar com nossos relacionamentos e criar relações sinceras é importante desenvolver a empatia.

Mas é preciso ter claro que, cognitivamente, é impossível sentir o que outra pessoa está sentindo e, justamente por isso, a empatia é uma escolha, uma habilidade que deve ser praticada diariamente.


Cognitivamente é impossível sentirmos o que o outro sente, por isso a empatia é uma escolha e uma habilidade que deve ser praticada todos os dias.


Algumas dicas que você pode usar para praticá-la, são: 


  • Ouvir mais as pessoas

  • Não julgar

  • Buscar o entendimento


  1. Sociabilidade

Basicamente, a sociabilidade diz respeito a como as habilidades sociais afetam nossa vida tanto no trabalho quanto na vida pessoal.


É como se juntássemos todos os pilares anteriores em uma relação que envolve você, o outro e as circunstâncias da vida - as controláveis e as incontroláveis.

Como desenvolver a Inteligência Emocional? 5 dicas


“De todas as inteligência, talvez a base para o nosso equilíbrio, da nossa capacidade de desenvolvimento, de autodesenvolvimento e da habilidade de desenvolver o outro está na inteligência emocional, na nossa capacidade de criar essa compreensão do universo do outro - porque cada um é um universo.” - Karen Monterlei


Se você chegou até aqui, já foi possível compreender a importância da Inteligência Emocional para líderes e não líderes. Mas resta a dúvida: como, de fato, desenvolvê-la?


Karen nos deu, ao longo de sua conversa no podcast Love the Problem, 5 dicas de como desenvolver essa habilidade. Vamos conferir?



  1. Autoconhecimento


De novo ele, o autoconhecimento. Afinal, a Inteligência emocional passa muito por esse lugar de reconhecimento de si próprio e das próprias limitações. E isso não significa que é preciso sofrer por elas, pelo contrário, é entender como lidar com isso.


Todos nós, de um jeito ou de outro, temos limitações, então saber lidar com elas é fundamental para desenvolvermos inteligência emocional. 


Para isso, é importante se permitir. Se permitir se ver frágil, se reconhecer com determinadas imperfeições, analisar nossos pontos fortes - aqueles e que podemos ancorar nossas qualidades e os que nos fortalecem no dia a dia. 


Tão necessário quanto a busca por se conhecer profundamente é se manter aberto às situações da vida. E isso nos leva para a segunda dica.

  1. Abertura para ouvir o outro


O quanto nós estamos realmente dispostos a nos abrir? E se abrir é também ouvir, escutar o outro. 


Se eu começo me permitindo, me abrindo, é muito mais fácil criar uma conexão real com o outro. Para isso, é necessário estar nesse lugar de respeito tanto pelo outro quanto por mim.


Se colocar numa posição de ouvinte - atento e ativo, é um movimento bastante interessante - e importante - de se fazer na busca pelo desenvolvimento da inteligência emocional. 

  1. Aceitação


Existe uma situação, é um fato. Como é que eu vou lidar com ela? Eu tenho que ser o dono dos meus sentimentos para escolher como eu prefiro lidar com cada situação.


  1. Saber escolher os conteúdos que consome


E isso passa por “saber se relacionar com o conteúdo”. O  que esse conteúdo está te trazendo? Ele se conecta com você? Você se conecta com ele? Ele está fazendo sentido para você? O quanto ele realmente marca a sua história? 


Tem conteúdo que você carrega para a vida inteira, que verdadeiramente te transforma. É esse tipo de informação que você precisa consumir. Materiais que se conectam com o seu verdadeiro eu, que têm significado, que são reais e trazem aprendizados e transformações positivas para a sua vida. É isso que vai te ajudar a desenvolver inteligência emocional.

  1. Ocupar seu lugar no espaço


É fundamental saber - e querer - ocupar o seu lugar no espaço. O espaço está aqui, o quanto você está disposto a ocupá-lo? E mais que ocupá-lo, a entendê-lo, a se ver ali, a estar verdadeiramente presente?

O mundo mudou: você acompanhou essa mudança?


Um recado para as organizações: está na hora de mudar suas expectativas de lideranças e culturas focadas apenas em resultados.


Quando se falava de um mundo VUCA - um termo cunhado na década de 90 - quanto tempo demorou para a gente entender que o mundo realmente está mudando? Que tudo está diferente do que a gente estudou? 


Há um elemento que as organizações queiram ou não, é um fato, e está fazendo com que elas repensem seus comportamentos e, principalmente, os comportamentos das lideranças, que é a presença de múltiplas gerações atuando ao mesmo tempo. 


Porque não é possível para um líder conversar e explicar alguma coisa para uma pessoa de 50 anos da mesma forma que ele vai  falar com uma 22. O colaborador mais jovem vai questionar outras coisas, ter percepções diferentes. E que maravilha isso, afinal, o mundo está mudando, tudo está mudando e é preciso se adaptar a esses novos cenários.  


A sua empresa precisa lidar com múltiplas gerações e você precisa preparar o seu líder para isso. Se precisar de ajuda nesse processo, conte com a ajuda da Humanecer.